quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Refletindo sobre falar... (Parte I)

Desabafar, contar as novidades, relatar os problemas, contar alguns causos pessoais... estas são coisas que você só faz com quem confia. Não é?

Sentar e conversar ou ligar para aquele amigo é normal e todo mundo faz, seja para uma conversa séria ou um papo descontraído. Mas, uma conversa não é algo tão simples. Sabia? A fala é – para alguns pesquisadores – o marco principal no caminho da humanidade rumo ao progresso. Em algum momento, milhões de anos atrás, o homo sapiens deu de cara com uma encruzilhada, lá nas savanas africanas. Eram duas setas, uma dizia: “Grunhir” e a outra “Falar”... sabem qual o nosso ancestral escolheu? Sim... foi a de falar. Dali por diante tudo foi diferente.

Uma mãe chimpanzé leva até 6 anos para ensinar ao seu filhote a quebrar uma castanha. Funciona assim: mamãe chimpanzé olha para o bebê e dá uma piscadinha... depois de uns 20 minutos o pequeno símio percebe que ela está o chamando para ir ao castanhal. Chegando lá... mamãe começa o ritual de quebrar a castanha. Primeiro ela pega duas pedras, uma grande e uma menor; depois ela pega a castanha e coloca em cima da pedra grande e começa a bater com a outra pedra até a castanha quebrar e o miolo ficar acessível. Enquanto isso... o filhote observa tudo. Finalmente é a vez dele de tentar quebrar uma castanha. Depois de observar muito a mãe, ele vai batendo... e batendo... até conseguir. Mas isso não acontece tão fácil... até ele dominar completamente a técnica, vão-se anos e anos. Se a mamãe chimpanzé falasse... em uma tarde estaria tudo resolvido.

Foi falando que o homem deixou de viver em bandos e passou a viver em comunidade, com transmissão direta e complexa de cultura. Passar uma técnica de quebrar uma castanha para outro da mesma espécie, ou até de espécie diferente, é transmissão de cultura. Você está passando algo que aprendeu de outro ou empiricamente para mais um sujeito, que por sua vez passará para outro. Falar é fundamental para o homem. Quando eu digo falar, estou falando de comunicação em geral.

Chegamos ao século XIX e falar continua essencial. Conversar com outro alguém, contar uma história e se expressar é necessário para a sobrevivência de uma pessoa. Sem isso é capaz do sujeito enlouquecer. Um amigo, um parente, com os botões, com os USBs do computador... qualquer forma serve. Tão importante quanto falar é saber com quem falar... é saber ouvir. Temos entender que da mesma forma que nós temos esta vontade de relatar tudo pela oralidade, os outros também têm...

Eu, particularmente, não sou muito de falar. Sou mais de ouvir... Mas não dispenso os mesmo momentos de tagarelagem com alguém ou sozinho. É normal e só faz bem. Praticando é que aperfeiçoamos a técnica. Né?

(volto neste assunto em uma outra postagem...)

Um comentário:

Fernando Joaquim disse...

Tyego, fico impressionado com sua disparidade entre a comunicação escrita e oral. Existem fonoaudiólogos pra essas coisas... ^^