domingo, 31 de julho de 2011

Os templos



Depois de muita caminhada o jovem filho dos ventos chegou a uma pequena cidade. Logo que chegou tratou de seguir até o templo do deus de devoção das pessoas que ali viviam para prestar sua homenagem. Chegando à pequena praça, se deparou com dois templos, pequenos e posicionados um diante do outro.

O primeiro que ele entrou estava muito bem ornamentado e iluminado. Em seu altar principal, apenas um vaso com algumas flores. No segundo que o jovem entrou, haviam muitas erva-daninhas crescendo entre as rachaduras do piso, era escuro e um vento forte o cortava de um lado ao outro, porém, neste templo o altar estava repleto de oferendas. Muitas flores, ouro e peles.

Antes de retornar à casa do anfitrião, o jovem foi até um senhor se estava sentado na praça, brincando com algumas folhas e gravetos, e lhe perguntou o motivo de tanto descuido com um templo, enquanto que o outro era tão bem cuidado. O velho lhe respondeu:

- Filho, nossa pequena cidade não cultua apenas um deus. Veja aquele templo belo que você conheceu! Aquele é o templo destinado aos deuses dos Pecados do Homem. Seus servos o mantém tão limpo e belo por um único motivo: atrair novos fiéis. Porém, os fiéis que eles agregam não trazem nada para oferecer aos seus deuses. Já aquele outro, que tu julgas ser um templo descuidado, é a casa dos deuses das Virtudes do Homem. Os servos daquele templo são tão cativos da tarefa de servir as virtudes que não encontram tempo para cuidar da casa de seus mestres. E os deuses virtuosos são tão dedicados ao zelo de seus fiéis que, em troca, eles enchem o altar do templo com as mais ricas oferendas que possuem.


Tyego Franklim

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Um dia como outro qualquer... (Capítulo I)

Nada como um dia após o outro com uma noite no meio para recarregar o seu estoque de azar! Os fatos narrados a seguir se passam entre as 5 horas e 59 minutos e as 7 horas e 58 minutos do dia 27 de de junho de 2011.

Era mais uma manhã bem cedo em Natal. Como de costume (Mentira!) fazia frio. O relógio do celular dizia silenciosamente a hora: 5:59. Faltavam alguns segundo para que o aparelho se desmanchasse em um toque irritante usado como despertador, mesmo assim Ele (Eu!) já estava acordado. Era normal Ele acordar antes do celular despertar e ficar ali, deitado olhando para o teto esperando que o preguiçoso fizesse a parte dele do serviço. Não tardou muito e o despertador foi acionado. Tão logo o barulho irritante iniciou-se, fora interrompido pelo dedo polegar.

- Oh, que dia bonito! – Exclamou Ele, seguindo por um olhar de ¬¬

O motivo de acordar tão cedo não poderia ser menos gratificante e ao mesmo tempo tão libertador: ir deixar o Relatório Final de Estágio na sala da professora. Mesmo acordando às 6 horas da manhã, Ele não estava de tão mau humor assim. Ir cedo para a universidade é sempre uma boa oportunidade de encontrar os amigos, principalmente aquele que o acompanhava sempre nas viagens no ônibus naquele horário.

Ele tomou banho, se arrumou e preferiu não tomar café, para não se atrasar e acabar perdendo o ônibus. Já um pouco mais conformado com a ida à universidade, pegou suas coisas e abriu a porta esperando ser recebido com um belo Sol. Que nada! O tempo estava nublado e com cara de que ia chover muito a qualquer momento.

- Tuuudo bem! Eu tenho um guarda-chuva. Minha mãe o comprou esta semana... – Disse Ele para a gata que se esfregava em suas pernas e voltou para dentro de casa.

A busca pelo guarda-chuva poderia ter durado poucos segundos, mas não! Ele perdeu incríveis 12 minutos procurando o objeto preto que estava em cima da mesa. Já eram 6:44 da manhã e ele ainda estava ali, parado ao lado da mesa. Quando se deu conta do tempo, correu!!!!!! No meio do caminho, em uma área sem qualquer cobertura, a chuva começou... e não foi pouca a água que caiu do céu. Mesmo com o guarda-chuva, Ele correu e conseguiu abrigo na padaria. Ficou ali, até passar um pouco mais, pensando na vida. Um minuto depois, abriu novamente o guarda-chuva e seguiu seu caminho, com a sandália molhada e escorregadia... Conseguiu chegar ao terminal de ônibus às 6:58, a maioria dos passageiros já tinham embarcado e ele conseguiu!

Já dentro do ônibus (da linha 29, que faz o trajeto Soledade II – Campus Universitário) ele encontrou lá na última fila o seu amigo Ronaldo. O amigo sentara na janela e tinha, como bom amigo, guardado o lugar ao lado para Ele. Ele sentou, cumprimentou o amigo e os dois seguiram conversando...

A ida para a universidade ia bem... até que logo depois da ponte, numa gigantesca possa de lama, um ônibus que passava na via contra-mão mostrou que o melhor ainda estava a caminho. Na contra-mão e em alta velocidade, o outro veiculo jogou a lama contra o ônibus que Ele estava. Por sorte do amigo Ronaldo (que estava na janela) a bendita estava fechada, espirrando apenas um pouco daquela água suja em sua camisa. Isso foi apenas um sinal...

A viagem até o campus dura aproximadamente 50 minutos. Ronaldo descera um pouco antes e seguiu para o seu trabalho. Ainda no ônibus, já com uma sensação estranha, Ele seguiu até o Setor de Aula V da universidade, onde costuma descer e caminhar até o CCHLA. Já chegando no prédio do Azulão (outro nome do CCHLA ¬¬) o relógio marcava as 7 horas e 58 minutos quando ele olhou para as suas mãos e percebeu que faltava algo ali... (Continua...)

sábado, 16 de julho de 2011

Refletindo sobre Harry Potter

É... sei...

Trozendo milhões de blogueiros já dedilharam sobre o último filme da saga de Harry Potter... sim, este é só mais uma postagem sobre, mas leia! Não será tão repetitivo e é curtinho! =P

Assisti Harry ‘Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte 2’ ontem, naquele cinema natalense que eu tanto critico. Tava tudo lá: os fãs com varinhas numa felicidade só, mas mães acompanhando seus filhos (também ansiosas), a sala lotada, os gritos ensurdecedores a cada cena de beijo ou de vitória e as lágrimas de despedida. É, é o último filme de uma série fantástica! Foi uma década inteira regada culturalmente com uma ótima literatura, ótimos filmes e ótimos exemplos a serem seguidos. Toda uma geração criada dentro da mágica atmosfera potteriana. Sabe do que mais? É uma ótima geração!

Desde 2001, quando o primeiro filme baseado na série de J.K. Rowling sobre um bruxinho chegou ao cinema, os livros de Harry Potter conquistaram jovens leitores em todo o mundo. Nem sei quantos amigos meus me disseram que só começaram a ler LIVROS depois que conheceu ‘Harry Potter e a Pedra Filosofal’. Daí pra frente, ler virou moda, virou tribo, virou tendência!!! Taí o maior legado deixado por J.K. Rowling e seu fantástico bruxinho! Se no futuro perguntarem qual a maior herança cultural deixada por aqueles que viveram a virada para o terceiro milênio, com certeza a saga de Harry Potter estará entre as respostas.

Em 2002, os livros mais disputados na Biblioteca Américo de Oliveira Costa (Zona Norte de Natal) eram os dois exemplares que “a Pedra Filosofal”, “a Câmara Secreta” e “o Prisioneiro de Azkaban” tinham, cada. Nos ônibus sempre tinha alguém com um livro da série, se divertindo durante a viagem, também na fila do banco, na praça, no pátio da escola. Isso falando de Brasil. Se diziam que o jovem brasileiro lia muito pouco, depois de Harry Potter isso mudou! Tinha-se algo para se ler e nem era obrigatório. Depois dos da série do bruxinho, o caminho ficou aberto para muitos outros... daí nasceu uma geração que pode não ler tanto quanto seus pares na Europa ou Estados Unidos, mas lêem mais do que seus antecessores.

Findou-se a saga no cinema. Só acabou no cinema! O último filme já estreou (ontem!) e já foi visto por milhões em todo o mundo. Mas Harry Potter não acabou. Não foi o fim! Como disse o meu professor de “Defesa Contra as Artes das Trevas” kkkk, brincadeira, é o professor de História Medieval, ele disse uma vez que “A palavra é imortal”. Então, enquanto houver um livro da série em uma estante e um pai (ou mãe) que diga: “Vem cá filho, deixe-me apresentá-lo a um velho amigo meu de infância...” Harry Potter se perpetuará.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

História e Cartões Telefônicos

Toda história tem um começo...

Todo estudante de História tem uma história para contar de como passou a gostar de história até chegar no momento de marcar a opção História no vestibular. Entenderam? hehehe
Vamos melhorar isso...
Todo estudante de História (o curso) tem uma história (a narrativa de uma sequência de acontecimentos) para contar de como passou a gostar de história (a disciplina) até chegar no momento de marcar a opção História (o desafio!) no vestibular. Melhorou?

Eu, claro... também tenho a minha...
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Quando se pergunta aos alunos do Curso de História como eles começaram a gostar de história, é comum a resposta que foi com algum conteúdo que estudou, algum professor dedicado, curiosidade ou, simplesmente, porque não gostava de matemática. É... é sempre assim!
Eu, porém, tem uma resposta mais original! xD

Na escola eu sempre fui melhor nas disciplinas de exatas, História e Geografia estavam em segundo plano... Inglês e Português no terceiro. Mas, eu tinha uma paixão por história desde minha infância. Esse gosto pelo passado nasceu numa velha mania de colecionar cartões telefônicos.

Com uns 12 anos eu comecei a colecionar cartões telefônicos. Naquela época eram os da Telebrás. Eram cartões ricos em informações, diferentes dos que estavam para chegar com a Telemar e posteriormente com a Oi!
A Telebrás lançava muitas séries de cartões, a alegria dos colecionadores. Tinha a dos beija-flores, as capitais brasileiras, bondes... muitas! A mais famosa dessas séries é a Série Museus. Olha! Pense numa série bonita! Com os seus incógnitos num sei quantos cartões, a Série Museus era a maior de todas (ainda deve ser). Em cada um dos cartões vinha estampado a faixada de algum museu do país ou belas imagens deles. Tinha de tudo...De todos os mais bonitos eram o do Museu do Ipiranga e o Museu Imperial.

Foi ai que nasceu o meu gosto por História!

Infelizmente, as mudanças na operadora de telefonia do país e o rápido advento em massa do celular acabaram com a era dos cartões telefônicos. Hoje apenas colecionadores sabem desta riqueza. Os cartões, além de permitir a comunicação nos orelhões, eram belos transmitidores de conhecimento, pois além da imagem que eles traziam, atrás de cada um vinha a descrição da imagem e um pouco sobre o museu. Conheci muito sobre o Brasil Império a partir dos meus cartões...

Hoje em dia tenho pouco mais de 200 cartões, muito pouco para quem já teve mais de 3000. =| A maioria deles é da Série Museus...
Abri mão da grande maioria em um ataque de Falta do que Fazer... ainda não entendia a importância deles para a manutenção da memória da minha infância. Sonho em um dia ir à uma grande loja de colecionadores e resgatar a minha coleção...


domingo, 12 de junho de 2011

Vice-prefeito que desaprova a própria gestão? iTem

Se você fosse vice-prefeito de uma capital... E nesta capital estivesse acontecendo um movimento popular, legítimo, espontâneo e bem sucedido contra a atual gestão... mas, este movimento parece ser contra apenas à prefeita.... O QUE VOCÊ FARIA?

A ) Mostraria todo o meu apoio à prefeita, afinal estamos no mesmo barco!

B ) Diria uma ou outra palavrinha de conforto à prefeita, para não respingar merda em mim!

C ) Falaria abertamente que apoia a gestão, mas como cidadão desaprova a administração municipal!

Bom, Paulinho Freire (vice-prefeito de Natal -RN) escolheu a opção C. É claro, como o impeathment da prefeita Micarla de Souza, graças ao movimento #ForaMicarla, quem assume a prefeitura é o vice. Detalhe: a gestão também é dele.

Mas... recordemos, Micarla de Souza fez o mesmo quando era vice-prefeita de Carlos Eduardo... É a vida...

Veja a matéria do jornal Tribuna do Norte:

http://tribunadonorte.com.br/noticia/como-cidadao-nao-posso-aprovar/185031



iTem coisa, viu!!!



segunda-feira, 30 de maio de 2011

Refletindo sobre "Eu não quero voltar sozinho"

Outro dia recebi no meu scrapbook do Orkut mais um daqueles recados coletivos com um vídeo do Youtube. De cara o ignorei... como sempre faço! xD Ahhh... é muito chato ficar recebendo esses recados coletivos com algo que você tem que clicar, esperar e depois assistir.
Depois de algum tempo, alguns dias... eu voltei lá no SB e o tal recado tava lá com alguns agradecimentos anexos de pessoas que assistiram o vídeo. Fiquei curioso. hehe

Cliquei!
Deixei carregar... e depois de algum tempo assisti um dos melhores curta metragens que já vi na minha vida: "Eu não quero voltar

Contextualizando com a atualidade do nosso país e toda esta discussão sobre a homossexualidade, homoafetividade, direitos, igualdade, combate à homofobia... o curta nos leva a refletir sobre tudo isso e, principalmente, sobre o amor. Vou preserva-los de ler um spoiler do curta, vou apenas colocar a sua ficha técnica e pedir para que POR FAVOR, assista esse curta. São apenas 17 minutos...

"Eu não quero voltar sozinho"
Gênero Ficção, VCV 2010
Diretor Daniel Ribeiro
Elenco Fabio Audi, Ghilherme Lobo, Tess Amorim
Ano 2010
Duração 17 min
Cor Colorido
País Brasil

A vida de Leonardo, um adolescente cego, muda completamente com a chegada de um novo aluno em sua escola. Ao mesmo tempo, ele tem que lidar com os ciúmes da amiga Giovana, entender os sentimentos despertados pelo novo amigo Gabriel.



terça-feira, 24 de maio de 2011

Cinemas e mais cinemas...

Salve! Salve!

Uma das coisas que eu mais gosto de fazer é ir ao cinema. Ver um bom filme, sozinho ou com os amigos.

Moro em Natal e, infelizmente, a minha cidade é uma desgraça quando o assunto é cinemas. Contamos apenas com DOIS cinemas, cada um com SETE salas de exibição. São só QUATORZE salas para uma população de mais 800mil habitantes. Triste, eu sei!

Nem sempre foi assim. Natal já teve muitos outros cinemas, aqueles ‘de rua’, a maioria no bairro de Cidade Alta. Durante as décadas de 40 e 50 eles foram um dos grandes trunfos da capital potiguar. Como o Cinema Royal, na esquina da rua Ulisses Caldas com a Vigário Bartolomeu (foto).. Mas foram diminuindo... diminuindo... Chegou ao ponto de termos apenas uma, no Natal Shopping. Esse também já se foi. Agora temos um no Praia Shopping (em Ponta Negra) e outro no Shopping Midway. Quanto à qualidade deles, poupar-vos-ei de ler um desabafo! Kkkkk...

O fato é que temos poucas salas de cinema e as que temos não são lá essas coisas. As do Midway (maior shopping da cidade) então... Aff. Essas poderiam fechar!

Cinema não é só um espaço de lazer para o fim de semana. Cinema é um espaço de cultura! Por meio daquela tela gigante e aquele sonzão, nos mantemos contato com outros lugares do mundo. Conhecemos pessoas, costumes, nos emocionamos... É arte, cultura e lazer. Não preciso nem listar motivos para se ter um cinema numa cidade, né?

Natal é pobre em cinemas e muitos querem mudar isso, porém não é muito fácil desviar da "igrejalização" dos espaços! =| Sabem... em todo o país a tal da "igrejalização" de lugares está virando uma verdadeira “epidemia”. Tudo que é lugar cabível para a instalação de uma igreja está virando um templo cristão, protestante. São mercados, supermercados, bares!, teatros e os nossos cinemas. Não que igreja não seja importante. É uma instituição fundamental na nossa sociedade, mas do jeito que elas se espalham (seguindo o lema do “Dividir e conquistar!”) as coisas não vão acabar muito bem.

Voltando aos cinemas. Nas cidades do interior é que o bicho pega. No Rio Grande do Norte a pobreza cinematográfica é gigante. Uma realidade comum em todo o país, para falar a verdade. Isso interfere diretamente na indústria cinematográfica nacional. Sem espaços de exibição, as nossas produções para a telona não encontram possibilidade de fazer uma grande distribuição e assim poder TENTAR concorrer com produções internacionais. A solução para as pequenas cidades são as “Casas de cultura” , outros projetos governamentais que financiam a criação de pequenos cinemas locais e a boa vontade de algum morador. Na verdade são espaços públicos (como auditório, salas de aula, um galpão qualquer...) utilizados para a exibição de filmes e curtas para a comunidade.

Na cidade de Riachuelo, no Rio Grande do Norte, mais exatamente no distrito de Cachoeira do Sapo, um desses projetos é realizado graças ao interesse de Rodrigo Wantuir, um professor local. Por meio de um projeto de criação de “Cine Clubes” do governo, ele coordena o CineClube de Riachuelo, levando um pouco de lazer, cultura e arte para aquela cidade do interior do Rio Grande do Norte. O equipamento para tal não poderia ser mais simples: uma telona (essencial), um bom equipamento de som, um DVD e um projetor. Sabem... isso nem é tão caro! O governo federal espalha vários desses “kits cinema” pelo país, mas é algo que até os empresários poderia ajudar. Em todo lugar deve ter pelo menos um professor Rodrigo interessado em melhorar um pouco a realidade do lugar onde vive, esperando apenas uma ajuda, seja lá de quem for.

Então... enquanto não tivemos como espalhar grandes cinemas pelas cidades - incluindo capitais pobres em salas de exibição, como Natal – poderíamos multiplicar essas boas ideias por ai.

Natal, né... vai vivendo com as esperanças de um dia ter mais alguns cinemas. Os produtores da indústria cinematográfica brasileira vão ficando com a esperança de um dia o governo federal lançar alguma medida que os ajude na covarde disputa com os filmes hollywoodianos... e a galera de Cachoeira do Sapo vai curtindo suas noites de cinema na escola, com muita pipoca e bitoquinhas no escurinho. =D

Galerinha de Cachoeira do Sapo
assistindo um bom filmim! =D