domingo, 31 de julho de 2011

Os templos



Depois de muita caminhada o jovem filho dos ventos chegou a uma pequena cidade. Logo que chegou tratou de seguir até o templo do deus de devoção das pessoas que ali viviam para prestar sua homenagem. Chegando à pequena praça, se deparou com dois templos, pequenos e posicionados um diante do outro.

O primeiro que ele entrou estava muito bem ornamentado e iluminado. Em seu altar principal, apenas um vaso com algumas flores. No segundo que o jovem entrou, haviam muitas erva-daninhas crescendo entre as rachaduras do piso, era escuro e um vento forte o cortava de um lado ao outro, porém, neste templo o altar estava repleto de oferendas. Muitas flores, ouro e peles.

Antes de retornar à casa do anfitrião, o jovem foi até um senhor se estava sentado na praça, brincando com algumas folhas e gravetos, e lhe perguntou o motivo de tanto descuido com um templo, enquanto que o outro era tão bem cuidado. O velho lhe respondeu:

- Filho, nossa pequena cidade não cultua apenas um deus. Veja aquele templo belo que você conheceu! Aquele é o templo destinado aos deuses dos Pecados do Homem. Seus servos o mantém tão limpo e belo por um único motivo: atrair novos fiéis. Porém, os fiéis que eles agregam não trazem nada para oferecer aos seus deuses. Já aquele outro, que tu julgas ser um templo descuidado, é a casa dos deuses das Virtudes do Homem. Os servos daquele templo são tão cativos da tarefa de servir as virtudes que não encontram tempo para cuidar da casa de seus mestres. E os deuses virtuosos são tão dedicados ao zelo de seus fiéis que, em troca, eles enchem o altar do templo com as mais ricas oferendas que possuem.


Tyego Franklim

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